Olá amigos e amigas da Nucha.
Desta vez não trago boas novidades. A Nucha piorou bastante e de forma muito rápida desde o fim-de-semana. As medicações foram ajustadas para tentar melhorar o seu estado, mas a doença neurológica progrediu. Não quero particularizar sintomas, descrever estados, registar momentos dolorosos nem explicar-vos como foi cada dia destas semanas. Simplesmente dir-vos-ei que os momentos bons eram poucos e os menos bons muitos, e que a previsão de um balanço cada vez pior entre os dois era o que havia à nossa frente até que a Nucha deixasse de ser ela totalmente.Tomei pois a decisão mais difícil que "as mães" têm de tomar. Depois de um momento a sós entre a Nucha e o Gabriel, levei-a ao colo para o carro e aconcheguei a nossa "fofinha" para a sua viagem.
A Nucha (que tinha dezassete anos e oito meses) partiu, ontem, pouco antes das vinte horas, repousando a sua cabecinha de raposinha no meu braço, num sono profundo e tranquilo, sem dores nem sobressaltos, acompanhada da veterinária que a seguira e de uma enfermeira, num ambiente muito doce e pacífico. Mais tarde, ainda ontem à noite, precisei de sair no fim do jantar, faltava algo na rotina e fui percorrer o caminho que fazia com a minha amiguinha peluda, que deixara os meus braços havia algumas horas.
A noite era de estrelas - estranho, pois previam chuva para essa noite e dia seguinte - e enquanto algumas lágrimas apareciam e caíam no chão, os meus pensamentos vagueavam. Creio que os cães vêm até às nossas vidas com um propósito, cumprem a sua missão e partem. Meu filho questionara-me em tempos sobre essa missão. Disse-lhe que cada um de nós saberia, no momento ou mais tarde, reconhecê-la, mas que eles a cumpriam sempre, disso não tinha dúvidas. E senti-me mais apaziguada por ter podido viver com a Nucha um pedaço da minha vida, por ela "ter esperado" por nós na APPAFF aqueles dez anos e ter vindo connosco no dia 8 de setembro de 2012.
Obrigada, Nucha, "minha velhota", por tudo o que me deste, por tudo o que me deixaste dar-te e assim me fizeste receber (pelo menos) em dobro.
(Imagens de sábado passado)